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Perda

 Isso não é um poema, tampouco um conto de ficção. Isso tudo sou eu, da mais profunda verdade. A verdade que sai do meu peito, e que poderia facilmente sair num grito. Apenas um desabafo da cruel seleção natural. A morte chega sem cerimônias, sem convite e sem simpatia alguma. Num dia estamos aqui, no outro não mais, e a tristeza de não poder se despedir dói demais. Lembro-me que sempre dizia te amar, pois tinha medo que na semana seguinte a notícia chegasse e eu me arrependesse de não ter dito o que você precisava ouvir. Não me arrependo, pois pude me despedir de você várias e várias vezes enquanto ainda estava acordada.  "Até mais vó, eu te amo muito", era o que eu dizia enquanto ficava pensativo se aquela seria a última vez que você ouviria aquelas palavras ou se no próximo mês você voltaria para casa. Desde ontem eu pensei muito no vô, e na escassez de "eu te amo" que ele ouviu da minha boca. Não pude me despedir dele também, mesmo sabendo que não seria eterno. ...